A terceira etapa do Minha Casa Minha Vida (MCMV) começou a valer a partir deste mês. Com orçamento de R$ 6,9 bilhões para 2016, R$ 8,6 bi a menos do previstos em setembro do ano passado, o programa contempla, inicialmente, as famílias das faixas 2 e 3, com renda mensal de até R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil, respectivamente. Matéria publicada pelo O Estado de S.Paulo nesta quarta-feira, 13 de janeiro, (clique aqui) diz que o governo não cumprirá a promessa de construir três milhões de residências até 2018. Os desafios da moradia brasileira é uma das pautas do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para o 27º Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos (UIA), que será realizado pela primeira vez no Brasil em 2020 e reunirá cerca de 15 mil arquitetos de todo o planeta no Rio de Janeiro.
Se, no passado, a produção habitacional oficial (governos, bancos e corporações) era aquém da demanda – em média, 20% das moradias construídas no país segundo estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) (clique aqui para acessar) – os arquitetos defendem agora melhor aplicação dos recursos destinados a programas como o MCMV. Entre as reivindicações estão: integração do novo conjunto à malha urbana existente e o fim da reprodução de modelos falidos, que não envolvem qualidade construtiva e segregam a população.
Para a diretora da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de São Paulo e relatora do UIA 2020 RIO, Elisabete França, habitação não é uma questão de contratar uma empresa para construir, trata-se de quem vai morar participar de sua construção. “O MCMV não precisa ser como é, gerando unidades sem projeto de arquitetura, sem qualidade construtiva e sem inserção na cidade. Ele tem muito dinheiro, e é possível fazer coisas bem-feitas”, afirmou.
O presidente do IAB-RJ e diretor do 27º Congresso Mundial da UIA, Pedro da Luz Moreira defende que seja conferido maior protagonismo às famílias: “O cidadão tem o direito de escolher onde e como morar. O subsídio deve ser dado à familia, quando esse é monopolizado pela empreiteira ou pelo construtor é um estímulo inevitável a segregação. Precisamos também enfrentar o passivo socioambiental de nossas pré existências; os loteamentos irregulares, e as favelas que devem ser urbanizados integralmente, e que também demandam construção de novas unidades.”
O UIA 2020 RIO reunirá 15 mil arquitetos de todo o mundo para discutir o futuro das cidades e da arquitetura. O evento, apresentado como o maior nos anos seguintes ao Jogos Olímpicos, terá como tema “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”. Será a primeira vez que o encontro será realizado no Brasil. Promovido pela UIA, com organização do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o congresso vai discutir a ocupação do espaço construído pelo homem no planeta através dos seguintes eixos: arquitetura e cultura; arquitetura popular; cidade, paisagem e ambiente; urbanismo e o desenho da cidade; e metrópoles e cidades médias.
O 27º Congresso Mundial da UIA tem o apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA), da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARQ), do Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP) e da Federação Pan-Americana de Associações de Arquitetos (FPAA).